A Garganta da Serpente

Giuliano Valverde da Silva

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

Amor, o Mal do Poeta

Tarde de uma noite qualquer, pensei eu
Estava tão perdido em mim, que acordei na alvorada
Sobre a relva ainda adormecida
Pûs-me a refletir sobre a vida
Na medida em que me perdia
Em pensamentos e conjecturas viajava
Transpunha o etéreo e constante agora
Dava asas ao pensar
E, ainda sem acordar, sonhava
Com a beleza de minha amada

Ó flor primaveril, suave como o amanhecer
Que me fizeste quase evaporar do ser
Me esquecer
De tudo o que dizem importar
Nunca hei de te amar!
Serás a mais bela rainha que a incerteza irá coroar
Pois a este triste e tolo bardo nada mais há
Que o teu cheiro e a tua voz
Mil rosas matutinas eu sentiria em te ter
A doçura de toda a criação, a um só tempo
Um soneto

À loucura hei de me entregar
Já em que teus braços não ousarei estar
Nem hoje nem nunca
Sabes que estou perdido
Perdi-me em algum lugar
Onde o Sol não se levanta e a Lua não toca o mar
Entre as colinas do desejo e o vale do teu olhar
Talvez tu ainda me vejas, se me procurar
Sentado sozinho com as mãos ao rosto
Pueril a chorar

Juro-te, Ninfa, que nada mais quero no universo
Do que ter-te comigo a amar
Sei bem que muito peço
Mas pouco tenho a dar
No entanto, princesa da noite e do dia
Ofereço-te uma alma só
Que não se cansa em se entregar

Digo àquela que chamam de Vida
Não terás a mim jamais
Pois que de todos os filhos teus
Sou aquele que te ama mais


(Giuliano Valverde da Silva)


voltar última atualização: 10/10/2003
5522 visitas desde 01/07/2005
Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente