GOTAS DE SILÊNCIO
Tem horas que o silêncio
Quase se derrama.
Escorre pelos cantos do grito.
Cabe no peso salobérrimo da lágrima
E oculta o derradeiro suspiro
Do átimo lacrimal.
Não se sabe quantos pesares
De mágoas
Podem caber
Nessa gota enigmática,
Guardada a secúlos
nos recônditos da alma.
A face ,
essa máscara de cera,
que cultua o silêncio,
ignora a súplica ,
e aguarda
inerte
a patética mímica do enfático sorriso.
(Gilberto Felinto)
|