A Garganta da Serpente

Geslaney Brito

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Sobre a Prensa

Queira não, esse tão mal-querer
Que, ao invés de voar, vomita e esconde
Por não saber de onde verte a seiva.

Recolha o nariz que ensaia se empinar
E saiba que amar é bem melhor que ter
Ler? Eu nem te conto como contamina

Volto a te dizer que o mal é ele só
E quando o pó dele se acumula
Não tem Santo Graal, nem tem mais Buda

Não tem Xangô, nem Jesus Cristo
Não há cultura que repita, que resista
Por mais pepita e festejante que ela seja

E tudo o mais é capital e giro de mercado
Nada mais paga, nada mais se acomoda
Tudo perde o tempo e tudo o mais é nada

Eu digo: nada paga o suor de bem-querer
Nossa Senhora criatura em criatura
Queira curar-nos de nossa gana

Deixe-nos a sós em sal e em conflito
Desses de existir em carne, alma e verve
Para que nos protejamos de nossa pressa

Para que não vicejemos pelo que nos prensa
Queira lendar-nos como coisas pote de água
Abano em beira de fogão e muito mais rendas

Que se faça em nós de novo a luz de respirar
Um canção em roda, em volta da praça
Qualquer uma que se faça toda aberta!!!

Queira não se arrepender de brilho
Os milharais ainda te esperam pra dançar
Milhares de espíritos te festejam

(Por menos que acreditemos neles...)


(Geslaney Brito)


voltar última atualização: 07/10/2010
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