A Garganta da Serpente

Geslaney Brito

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Rubras

(À confraria do Papel de Pão)

Algumas delas
São desenhos
De barcos a vela
Outras tantas
São estranhas
Baratas tontas
Palavras nascem
Como se viessem
                    Prontas
                    (como algodão)
Meninas em pranto
Possíveis senhoras
Que se repetem
                    Roucas
Casadas com o verbo
                    (dito e não)
Algumas delas
Saltitam de toca
Revirando as frases
Quase sentindo
Estranhas e loucas
                    (como amêndoas)
Palavras-entranhas
Caladas e poucas
Louça de porcelana
Chinesinhas de olho
                    (costurando uns parênteses)
Num futuro... passando
Sem relógio nenhum
                    Apontando
O papel e o tempo
                    Rubros!!!
Entre um e outro bardo
Ninguém sabe ao certo
As palavras se promovem
                              Barcos
Bastando-se num ponto
Como se fosse um parto
Um marco que se burile
                    Como água...
                    (E pão, sem vinho)


(Geslaney Brito)


voltar última atualização: 07/10/2010
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