Myrtho
(parte do poema "As Quimeras")
Do altivo Pausílipo me enfeitiças,
Deusa, a mente, com mil fogos, brilhante:
Myrtho, que a luz d este inunda o semblante
Em trança d ouro, uvas negras, mestiças.
C o chispar de alegres olhos me atiças
A beber tua taça embriagante,
Pla Musa perfilhado Grego, ante
Lacchus curvado, entregue às suas liças.
Sei porque este vulcão se reabriu...
Mal o tocaste ontem com o pé, lesto,
de cinzas, o horizonte se cobriu.
Aos teus ídolos foi um normando infesto
E logo de Virgílio o láureo gesto
Pálida hortênsia a verde murta uniu!
(tradução: Manuel Anastácio)
(Gérard de Nerval)
|