A Garganta da Serpente

Gérard de Nerval

Gérard Labrunie
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El Desdichado

Eu sou o tenebroso, - o viúvo, - o inconsolado
Príncipe d'Aquitânia, em triste rebeldia:
É morta a minha estrêla, - e no meu constelado
Ataúde há o negror, sol da melancolia.

Na noite tumular, em que me hás consolado,
O pausílipo, a Itália, o mar, a onda bravia,
Dá-me outra vez, - e dá-me a flor do meu agrado
E a ramada em que a rosa ao pâmpano se alia...

Sou Byron? Lusignan? Febo? O Amor? Advinha!
As faces me esbraseia o beijo da rainha:
Cismo e sonho na gruta em que a sereia nada...

Duas vêzes o Aqueronte, - é o grande feito meu, -
Transpus a modular, nesta lira de Orfeu,
Os suspiros da santa e os clamores da fada...

(tradução: Manuel Bandeira)


(Gérard de Nerval)


voltar última atualização: 07/06/2005
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