A Garganta da Serpente

Gaspara Stampa

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Para o alto-mar, onde vaguei três anos
Em traiçoeiro vento, e quase aporto,
Reconduziu-me Amor, por meus enganos
Tão generoso em dar-me desconforto.

E exarcebando os sonhos meus arcanos
Pôs em meus olhos a visão de um porto
Que me consola os prantos mais insanos
E do sofrer sem fim me traz conforto.

Calor como o primeiro agora sinto;
E se em tão pouco tempo há tanto ardor
Temo que este arda mais que o fogo extinto.

Mas como hei de deixar arder de amor
Se por desejo meu passar consinto
De um fogo a outro, e de uma dor a outra dor?

(tradução: Sérgio Duarte)


(Gaspara Stampa)


voltar última atualização: 25/08/2005
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