A Garganta da Serpente

Gaspara Stampa

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Assim me faz Amor arder inteira
Como uma nova salamandra, e igual
A não menos estranha ave ancestral
Que morre e que ressurge na fogueira.

O meu prazer, delícia e brincadeira
É estar ardendo e não sentir meu mal
Sem me importar se quem me induz a tal
De mim queira ter pena ou não no queira.

Mal o primeiro ardor foi se apagando
Amor outro acendeu, mais vivo e quente,
Que cada vez mais sinto me abrasando.

Mas não serei por isto penitente
Se quem meu coração andou roubando
Do novo ardor se vir pago e contente.

(tradução: Sérgio Duarte)


(Gaspara Stampa)


voltar última atualização: 25/08/2005
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