Sinos de isopor
Escondidos dentro de mim,
Escandindo sílabas de mi vida,
Badalam com vigor
Silenciosos sinos de isopor.
Rasga-se em tiras todo o ar que me sufoca,
Escorre, frondoso, este verme
Pelo olhar, até o chão.
Horizonte avermelhado, cipoal de luzes piscantes,
Tudo se funde na alvorada.
Chego em casa nadando por esperanças vãs.
Trás de mim, os móveis e a parede que me trancam
São testemunhas inanimadas do meu pequeno mar.
A espera é tanta,
Apesar de mansa e submissa.
O telefone toca, de vez em quando,
E a tua sombra se esconde no silêncio que me contempla.
(jan/01)
(Galdino Moreira Neto)
|