As Ruas das Nossas Cidades
Como estão se tornando cada vez mais
tristes e ermas as ruas de nossas cidades...
Carrancudas, as casas sempre fechadas,
portas e janelas gradeadas, pontiagudas grades!
Muros descomunais!
Tudo tão soturno, sibilo de balas mortais ou
o derrapar de carros em velocidade total!
Quando não, o latir de cães ferozes!
E, nas praças, nem murmúrio...
Olhares perdidos e feições carregadas...
E o alarido das sirenes substitui da criançada o alegre tagarelar...
Crianças! Oh crianças!
Bichinhos arredios na toca encerrados!
Não conhecem o brincar de roda, nadar nos córregos, montar cavalos...
Pobre legião de escravos da televisão, do videogame, do computador...
Geração gerada no bojo da decantada modernidade,
ano a ano pela fria tecnologia dominada...
. Ah, como estão cada vez mais tristes e violentas as ruas das nossas
cidades...
(Gabriel Araújo dos Santos)
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