A Garganta da Serpente

Francisco Orban

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O poema de areia

Vejo em teu rosto
uma integridade tão bela
que a mim me pergunto
se não o guardarei para sempre
pelas estações da terra

Queria beijar-te
andar junto contigo
correr pelo corredor da noite
E contar-te que fui um menino
de vento
e que já te amava
mesmo antes de amar os navios
já te amava, quando tudo ainda
era o perfume da possibilidade
e a areia do amor
escorria por nossas mãos
nas tardes abertas
pelo sentimento de saber
que o amor estava ao nosso alcance
como os navios,a poesia e os carnavais

O que aconteceu
me pergunto?
E mudo sigo pela cidade
com a foto do teu rosto
no coração,

Um tempo sem fim
ainda falta
para viver sem saber
o que a febre do nosso amor
nos traria
com sua leveza
seu estado de comunhão
e alegria

Pergunto agora aos veleiros
Por que te aceno em vão, pelo mundo
E por que a mim couberam as mãos
dos que esperaram tudo?
e novamente me vejo
diante de teu rosto
de uma integridade tão bela
que meu amor te seguirá para sempre
pelas estações da terra
Como um dia, a mim seguiram
Os navios, a poesia e os carnavais


(Francisco Orban)


voltar última atualização: 30/09/2009
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