A Garganta da Serpente

Francisco Petrônio Ferreira de Oliveira

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

Bio Grafia

"Sim: é melhor pedra.
Dói nos outros, em si não.
Uma pedra no coração!
"
Carlos Drummond de Andrade - in "NOITE NA REPARTIÇÃO"

No meu nascimento
Não nasci,
Sequer houve concepção;
Minha mãe colheu-me num monturo:
Pedregulho!
Talvez meu pai, não sei,
Na passagem de um regato
Viu-me imóvel entre lambaris:
Um seixo!
Desde criança que minhas pedras coleciono
E, com meus olhos chorosos, sempre as produzi:
Lágrimas cristalizadas!
(Velha pedra se desgastando de muito rolar).

Nas mãos de um deus menino
A atiradeira do destino
Pronta a ser arremessada:
Pedra bruta!
(Sem preciosidades, enfeite para dedos plebeus).

Ainda minhas pedras, tais as penas, coleciono
Embora, pouco criança, eu seja.

Pedras, penas e poemas
Que rolam
Arranham
Deixando lascas pelo caminho...

Insignificante pedra
Apenas pedra!!!


(Francisco Petrônio Ferreira de Oliveira)


voltar última atualização: 24/07/2009
8320 visitas desde 01/07/2005

Poemas deste autor:

Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente