Branquinha-Morena
Lá no Era Uma Vez tinha uma mocinha pequena,
Branquinha e ao mesmo tempo morena.
Trazia, uma vez, trancinhas
No cabelo, que eram uma gracinha de bonitinhas,
Mas a menina,
Sabe, era filha de gente grã-fina,
E eu, só um pobretão.
E, por fim, nem menina era não:
A pequenina era um mulherão.
Foi desde então, que bateu mais forte o coração,
Tão poderoso quanto trovão;
Mas, ah!, foi em vão,
Era muita areia pro meu caminhão.
Mas era linda!
Mas as coisas são assim,
Tudo que é bonito em breve se finda,
E hoje nem sei se ela lembra de mim.
Mas eu - Ah, tão bobo! - fiquei com a dona Esperança
De quem sabe um dia chamar-lhe pra uma dança,
Já que enquanto eu fico e o tempo corre,
Dizem que Ela é a última que morre:
Volta então branquinha-morena!,
Pra eu possa te fazer a minha pequena.
(Francisco Maximiano da Silva)
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