A Garganta da Serpente
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OverKill

Habita-me a vida
a vida translúcida e fastidiosa
réstias de sol que por vezes me invade
causando erupções em meus dias
dias mornos de inverno
frias noites
(camas vazias, copos vazios, palavras vazias)
dentro da noite, o ócio fugaz da partilha
do beijo sem prazer, do fazer sem prazer
do prazer de partir - alívio
olhares mudos, movimentos surdos
tragi-cidade,
tráfego de corpos sobre as calçadas
de corpos uns dentro d'outros, de bocas com bocas...
.....................................................
Habitam-me sonhos
sonhos que por vezes transbordam
invadem a realidade, raros e velhos
sonhos como roupas desbotadas
esquecidos em algum canto da memória
rápidos lampejos de alegria,
risos embriagados de sentimentos
tolos e insignificantes,
deliciosamente prazeirosos
vagão da memória,
compartimento de loucas razões

em certo tempo, certa saudade,
certo momento, certa vontade,
certo de que nada se apaga
tudo se perde, tudo deve-se perder...


(FJB)


voltar última atualização: 13/02/2002
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