A Garganta da Serpente

Filipe Batista Santos

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Adeus Luz da Manhã

Adeus luz da manhã
Meu sangue nas presas dos predadores

Adeus luz da manhã
Nas sombras a temerei

Sevícias contra minh'alma
Tomou-me pela descrença
E sorveu toda a fé

O corpo está morto
Claro tão quanto à neve
Ou como uma falsa rosa branca
Ocultando por de trás da pureza
O vermelho melancólico
Aflição redundante
Dos espinhos que trás consigo

Sombras rojantes
Em noites de luar
É no que nos tornamos
Assassinando almas
Haurindo delas o meio
Que mantém esses abatidos corpos
Em pé

Extraindo do dia
Mais fantasmas
Para compartilhar de nossa solidão
Junto ao luar

Oh! Luz da manhã
Como um prisioneiro a deleitar
Do soprar da liberdade em seu rosto

Oh! Luz da manhã
Extirpe-me dessa casca
E por gratidão... A ti darei...
... A exaltar a pura alvura do dia...
Oh! Luz da manhã
...Talhada em pedra
A imagem da deplorável magnitude
De uma alma infausta

(24/11/03)


(Filipe Batista Santos)


voltar última atualização: 28/06/2004
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