LÍRIOS
Os lírios já estão mortos,
os dedos, mesmo que paralisados tocam as cordas.
Os intermináveis campos,
os quais não sei se só existem em minha
mente.
Sempre num entardecer ensolarado,
com um vento brando o direcionando,
e duas pequenas garotas deitadas.
No céu cinza, que parecia chorar,
de forma secreta, me respondia a razão de tudo
e de todos
Nos campos não havia flores,
as pequenas garotas estavam mortas, e o campo negro.
Sou diferente, sou rejeitado.
Os lírios já estão mortos, o velório.
As duas pequenas garotas se levantam, a redenção.
Eu em sento na terrae vejo o fim do interminável
campo.
Duas pequenas garotas correm em minha direção,
cada uma possui uma arma,
elas a apontam para mim,
e atiram.
Talvez agora esteja vivendo um sonho.
(Fernando Moraes)
|