A Garganta da Serpente

Fernando Guia

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

MARÉS DESERTAS

Eis que de novo se agitam
Os esqueletos esquecidos na calma
Como pedradas, crepitam
Nos charcos entorpecidos da alma.

De novo as cicatrizes estalam
Como fendidas por gritos
De vozes que não se calam
Clamando por ladrões de mitos.

De novo o vulcão desperta
O medo da esperança deserta
Lançando lava em parte incerta
Enclausurando a razão aberta.

De novo esta maré de miragens
Reescrevendo teu nome apagado
Entre o vaivém de duas viagens
Num amor seco e salgado.

Eis-me de novo em turbilhão
Devorado por um coração faminto
Ressuscitando-me a ilusão
De sentir o que já não sinto.

(23.04.02)


(Fernando Guia)


voltar última atualização: 17/07/2002
6461 visitas desde 01/07/2005
Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente