A Garganta da Serpente

Fernando Atanázio

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AS PRESAS DA SERPENTE

Na discrição da sombra camuflo-me sem liberdade.
No entanto, prossigo livremente pelo dédalo do caminho,
atraiçoando para agir com absoluta fidelidade
às verdades do coração, já crivado de espinhos.
Lendo promessas em olhos bravios,
temerosos porém, com órbitas exangues,
prossigo intimorato entre atos esguios,
qual serpe escondida no lodo do mangue.
As maçãs devoro sem oferecê-las ao homem,
Com ávidas mordidas vinho-pecaminosas,
frutos comuns que a todos nós consomem;
pequenos delitos, inocentes como o olor das rosas...
E antes que possa o homem minha cabeça esmagar,
cravo profundamente minhas presas em seu calcanhar.

(30-06-01)


(Fernando Atanázio)


voltar última atualização: 19/07/2007
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