A Garganta da Serpente

Fernando Alvarino

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

LIMITE II

Nasci aqui
Conheço de cor o concerto
Que tu escutas boquiaberto
Sei das plantas o respiro
Em que interfiro
- Compasso certo
Faço lógica latente
Neste vento
Que hoje aperto
Tenho águias nas gaivotas
Que tu enxotas
Aqui de perto
E na pele tenho um carneiro
Marradeiro
E bem desperto
Sou como o sol:
Horizontal
Em céu aberto
Quero ter asas e voar
E encontrar
Na despedida
O luar
Quero raiar por entre a raiva
Das rochas duras para o mar...

Quero areia, deserto,
Montanha, vale, arvoredo,
Quero tudo isso, é certo
Só não quero ter por perto
O mar, que me mete medo
Pois me lembra o degredo
E o horizonte coberto
Onde nasci, de manhã cedo.


(Fernando Alvarino)


voltar última atualização: 01/04/2002
4580 visitas desde 01/07/2005

Poemas deste autor:

Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente