A Garganta da Serpente

faustopotí

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

Ao anoitecer

Quando chega a manhã, e sinto ao tato,
Tua ausência, de fato... Volto a dormir.
Tento no sonho sentir, a noite passada,
Noite, á nós ofertada, em que sucumbi.

Ao teu amor, tua ânsia, teus beijos,
Aos teus desejos, tua voz de se ouvir,
Em gemidos que á mim, soavam canções,
Orquestrando corações, em um doce afluir.

Rolo na cama, os meus olhos cerrados,
Momentos passados, doces ternuras,
Paixões de tão puras, corpos acordados,
Sempre entregados ás nossas loucuras.

Tentando dormir só mais outra vez,
Querendo talvez, sonhar novamente;
O teu corpo quente, busco ao meu lado,
Mas sinto gelado, o vazio afligente.

Levanto do leito, ainda entorpecido,
Um breve gemido solto sem querer,
Lembrando você, na noite já passada,
Lasciva e doada, ao meu bel-prazer.

O dia se passa, tão lento e manhoso,
Tão preguiçoso, que parece parado,
Com tudo é finado, a noite se inicia,
Trazendo-me a alegria, o meu ser amado.

O sorriso em seu rosto, e o olor de jasmim,
É para mim, um presente do céu,
Rasga-se o véu, da noite criança,
E em tua pujança, renego meu fel.

Então te abraço e osculo-te o colo,
No teu corpo me enrolo; sorvo teu ser.
Só eu e você, em um banho de rosa,
Na tua rosa mimosa, irei amanhecer.


(faustopotí)


voltar última atualização: 19/05/2017
10652 visitas desde 19/07/2005

Poemas deste autor:

Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente