A Garganta da Serpente

faustopotí

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Deletério

Meu primeiro beijo no escuro; juro, não lembro.
Nem entendo, as velhas saudades esquecidas,
As lagrimas escorridas, nas tardes de setembro.

Não percebo nas canções, paixões, nelas incutidas,
Nos bosques não encontro à vida, a noite, é escuridão,
O crepúsculo, só clarão; as brasas, todas dissolvidas.

Corcéis cândidos, são apenas pangarés envelhecidos,
Carcomidos, não cavalgam em campos verdejantes,
E as auroras escaldantes, são somente, arrebóis arrependidos.

Bardos eruditos me parecem, velhos menestréis desentoados,
Bufões em ruelas consagrados, mentores das paixões alvoroçadas;
Não vivem em mim as boas fadas, apenas fardos desenterrados.

Vivo em busca do amor, porem sofro o medo de amar,
Entrego-me sem me entregar, pois sei que amar é sofrer,
O amor é, padecer; porem sem amar é, não viver.


(faustopotí)


voltar última atualização: 19/05/2017
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