Deletério
Meu primeiro beijo no escuro; juro, não lembro.
Nem entendo, as velhas saudades esquecidas,
As lagrimas escorridas, nas tardes de setembro.
Não percebo nas canções, paixões, nelas incutidas,
Nos bosques não encontro à vida, a noite, é escuridão,
O crepúsculo, só clarão; as brasas, todas dissolvidas.
Corcéis cândidos, são apenas pangarés envelhecidos,
Carcomidos, não cavalgam em campos verdejantes,
E as auroras escaldantes, são somente, arrebóis arrependidos.
Bardos eruditos me parecem, velhos menestréis desentoados,
Bufões em ruelas consagrados, mentores das paixões alvoroçadas;
Não vivem em mim as boas fadas, apenas fardos desenterrados.
Vivo em busca do amor, porem sofro o medo de amar,
Entrego-me sem me entregar, pois sei que amar é sofrer,
O amor é, padecer; porem sem amar é, não viver.
(faustopotí)
|