Displicente
Foi apenas um olhar displicente,
Sem intenção, nem mesmo malicia,
Logo após em ternas caricias,
Eu aplacava o teu corpo quente.
O gosto do vinho inda brotava,
Do hálito de tua boca carnuda,
Então no leito, deitada e desnuda,
Sôfrega e impaciente me esperava.
Depositaste em meus lábios teu beijo,
Na mais ardente veleidade,
Deixando-me em intranqüilidade,
Provocando o mais profundo desejo.
Os corpos se fundiram num só,
Sem começo, nem meio, nem fim,
Coladinhos, permanecemos assim,
Despercebidos do nosso redor.
Na manhã despertei do meu sonho,
E ainda vislumbrei teu sorriso,
Meu sonho, que foi tão conciso,
Ameniza meu pesadelo medonho.
(faustopotí)
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