A Garganta da Serpente

faustopotí

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Busca perdida

Onde estarás, oh mulher de minha vida?
Pois minha essência se esvai com rapidez.
Onde encontrar, minha diva preferida?
Se de amores, meus alvores são d'escassez.

Nessa penúria, sigo buscando baldado,
Por um alguém que não me negue o coração,
E vou seguindo meu destino malfadado,
Mas só encontro o desencontro da paixão.

Aonde devo procurar as minhas brasas,
Se minhas asas já se encontram carcomidas,
Corroídas, como lama em poças rasas,
Ainda mais: com minhas forças consumidas,

Pois é cruel o porvindouro que vislumbro,
E é tão triste o hodierno que percebo,
Pois meu amor demora-se á ressumbro,
E o que me vem tem efeito d'um placebo.

Então que venha a dama que'u não queria,
E que seu manto cubra-me de escuridão,
Já que não vem nenhuma que'u gostaria,
Será com ela, que jazerei a solidão.

Enquanto vivo, viverei desamparado,
Sem alma-gêmea, sem irmã... Na solidão,
Mesmo amoroso não me sinto sendo amado,
Pois meu pecado, é amar sem redenção.

Onde estarás, oh mulher da minha vida?
Estarás morta, ou ainda não nascestes?
Já que fomentas minha existência perdida,
Pois todo dia, morro á cada despedida...
Por que então em meu coração crescestes?


(faustopotí)


voltar última atualização: 19/05/2017
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