A Garganta da Serpente

Everaldo Ygor

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

BORBOLETA BLUES

Tomado pela tempestade da saudade
Naufrago de meus pensamentos...
Ela veio e atravessou meu caminho
Sei que a mente e o olhar vão eternar esse movimento
Ela rodopia ao vento com o bater de suas asas
Está longe, longe...

A flor tranqüila espera o seu pouso e eu o meu poema...
A quietude toma conta da natureza
Seus desenhos, suas asas, suas cores...
Contam estórias de vôos, de pousos...
que só o mestre observou...
Das aves que voam e de amores que sobrevoou
E eu espero...
no olhar te desejo

Foi observada e observou amantes que amanheceram
E algumas vezes ousaram tocá-la...
Frágeis asas, corpo seu, saudade minha
Um corpo pequeno as asas cobrem, o corpo grande as asas levam,
corpo que é corpo e belo, cor que é coração e toca.
Em um abraço mágico ela pousa à flor da pele,
adentra seu néctar e paralisa pôr um segundo,
rodopia e voa...

Roubou o néctar e meu coração na ponta da língua...
Todo o corpo sente o sabor e voa...
A asa veio,
a cor se mistura,
eu espero...

Outra flor, outra rosa, outra saudade...
Um cravo, talvez...
Outra borboleta, talvez...
Um casulo, talvez...
E tudo volta...
Talvez...


(Everaldo Ygor)


voltar última atualização: 20/05/2004
6983 visitas desde 01/07/2005
Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente