A Garganta da Serpente

Evan do Carmo

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Meu verso do q?

Que vantagem há em mim sobre outros poetas?
Que há de mais doce no verso cítrico que faço?
Quero não quero, mas quero viver em busca do não.
Quanto tempo ainda hei de viver sobre este chão?
Qualidade não importa o que importa é ter razão.
Quase me perdi nos becos das rimas da ingratidão,
Queria ser bem visto por dois ou três meio-irmão.
Querela não aceitei nas minhas poucas moradas,
Quando o sol vinha me ver já estava nas estradas,
Que virtude pode ter um homem sem inimigo?
Quisera ter sido eu, muitas vezes um amigo,
Quis andar sobre os montes, só pisei em meu umbigo,
Quarto escuro é meu descanso, avanço com intrepidez,
Quando descanso da noite dispenso um dia por vez,
Quero ser dono dos sonhos e nunca digo talvez.
Querido nunca serei por meus pares vencedores,
Querem-me como discípulo, mas chamo-os de professores
Querendo saber de tudo me fazem rir dos valores.
Quem vale mais do que eu, nesse universo de dores?

(Brasília 20/11/2006)


(Evan do Carmo)


voltar última atualização: 22/05/2007
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