A Garganta da Serpente

Evan do Carmo

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Sobre Fernando Pessoa

Pessoa, o rei da estética e da desordem,
Poeticamente, o vejo como um semideus,
Portanto, não creio que seja fácil ser superado.
Parece-me que por mais que tentem os contemporâneos,
Pouco será alcançado nesse mar infinito de assimilação.
Procurei algum poeta vivo que tivesse,
Pelo menos, um por cento do seu espírito, e não achei.
Por ventura, surgirá outro deus capaz de dá à luz outro filho igual?
Para quem não sabe da altura da sua majestade,
Pode dizer que sou um adepto do ateísmo.
Penso que, ser ateu ou crédulo não quer dizer nada.
Partidário de qualquer doutrina será sempre um comandado.
Por isso digo com uma certa convicção,
Porque fui liberto desses estigmas humano-divinos.
Para um poeta não deve ser fácil vencer pelo discurso.
Por enquanto, devo ressaltar algo muito subjetivo:
Parte de minha vida eu dediquei ao culto à poesia,
Portanto, fui devoto dos deuses da poesia.
Poesia não é doutrina para ser seguida ou rejeitada,
Poetas nascem com uma maldição:
Perambular por todos os subterrâneos para chegar ao óbvio:
Posso, agora concluir que, sou um espírito eterno,
Pelo fato, de que, nunca quis ser mortal para esperar por deuses.
Perdi meu jeito humano de ser, não quero ser humano nem humano ser.
Pessoas irão dizer, não importa o que irão dizer, pessoas não dizem, fazem.
Pessoa fez, eu também faço versos só isso...nada mais.

(Brasília 19/11/2006)


(Evan do Carmo)


voltar última atualização: 22/05/2007
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