A Garganta da Serpente

Evan do Carmo

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Dorme poeta

Dorme o poeta um sono de morte
Na paz infinita do ócio da sorte.
Não é qualquer um que tem essa sina
De viver sonhando nos braços da rima.

Um ser que sofreu as dores do mal
Não acordará para apanhar o sal.
Dos céus há de vir um prato de pão
Com o vinho seleto da inspiração.

Para que serviria um poeta acordado?
Um triste fantasma vivendo o passado.
Dorme o poeta na cama do além,
Seu sonho nos fará dormir muito bem.

(Brasília 24/11/2006)


(Evan do Carmo)


voltar última atualização: 22/05/2007
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