Dorme poeta
Dorme o poeta um sono de morte
Na paz infinita do ócio da sorte.
Não é qualquer um que tem essa sina
De viver sonhando nos braços da rima.
Um ser que sofreu as dores do mal
Não acordará para apanhar o sal.
Dos céus há de vir um prato de pão
Com o vinho seleto da inspiração.
Para que serviria um poeta acordado?
Um triste fantasma vivendo o passado.
Dorme o poeta na cama do além,
Seu sonho nos fará dormir muito bem.
(Brasília 24/11/2006)
(Evan do Carmo)
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