A Garganta da Serpente

Eustáquio Mário Ribeiro Braga

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RUBRA LÁGRIMA

A rosa chora em silêncio
Lágrimas de sangue
Coração ferido não bate
Apanha a alma sem brilho
É ofuscada pela luz
Que atrai e chama
Que arde e queima
Singrante veludo
Que passeia nos jardins e em mãos
Quando é traspassada
Escudo inócuo
De seco colarinho
Vinho que se fez sangue
Pão que se fez corpo
Centeio que alimenta
Hermafrodita criatura
Que com a sua beleza cura
Mesmo quando ferida
Escárnio em ponto e em cruz
Fagulha e centelha que seduz
Dura realidade na ponta da agulha
Borbulha o líquido rubro
Em cada noite
Lembrança de um pensar sujo
Acinzentando o espaço
Cobrindo margens
Revelando imagens
Enquanto as rosas não cessam o chorar...
Enquanto houver uma gota de lágrima rubra...


(Eustáquio Mário Ribeiro Braga)


voltar última atualização: 27/08/2007
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