A Garganta da Serpente

Eustáquio Mário Ribeiro Braga

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LEONINO AGOSTO

Entre Julho e Agosto
Nascem as almas leoninas
Todas têm fogo e luz em adorno
Todas são almas másculas e femininas
Em em diferentes fases e distinto contorno

Entre Julho e Agosto
Nascem as Artes cristalinas
Todas têm talento e brilha a gosto
Todas as formas de manifestação são válidas
No quadrante de telas de corpo inteiro ou somente rosto

A cada agosto me renovo
Mesmo que minha Arte não brilhe
Mesmo que minha chama se apague
Nas águas de agosto que tudo inunda

Assim é a vida do Poeta
Essa é a essência do ser híbrido
Que se muta a cada agosto
Que se transforma a cada lua

A cada agosto me reescrevo
Mesmo que minha Arte não permaneça
Mesmo que minha brasa não fique acesa
No derramar das águas de agosto que lacrimeja

Assim é a vida do Artista
Essa é a forma do ser naturalista
Que se transmuta a cada agosto
Que se revela a cada estação

A cada agosto me releio
Mesmo que minha Arte não seja registrada
Mesmo que minha centelha não fagulhe
No derramar das águas de agosto em dilúvio

Assim é a vida do Leonino
Essa é a característica de um elemento inflamável
Que se queima a cada agosto
Que renasce das cinzas tal qual a Fênix

Vivo cada agosto como se fosse o último
Para tomar gosto pela vida
Apesar da tinta branca do tempo
Que passamos nova demão a cada Agosto...

Entre Julho e Agosto
Aniversariam as almas e os corpos leoninos
Todos renovam o fogo e se reluzem em adornos
Todos os corpos e almas másculas e femininas
Em diferentes fases e distintos contornos

Na demão da tinta branca do tempo
Que recebem entre Julho e Agosto


(Eustáquio Mário Ribeiro Braga)


voltar última atualização: 27/08/2007
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