A Garganta da Serpente

Eustaquio Leite

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De jeito rapaz

Da fresta da minha janela, pontualmente,
Sempre nas proximidades do novo dia,
Observo passar quem mais queria,
Fosse meu amor e confidente

E sempre, sempre, sucintamente,
Ao meu peito ribomba em tropelia,
Um clamor que não pode, não devia,
Invadir-me, assim, tão bruscamente

Tomado de um fervor inopinado,
Enlevado, demais implexo dia-a-dia,
Deleite maior o feito se me anuncia,
Volver-me amanhã em tom mais arrojado

Instintivamente afasto-me da janela,
Então desfeito, esmaecido,
Estiro-me à cama esgazeado

E após feérica ventura,
Após tão rútilo instante,
Aos poucos me recomponho


(Eustaquio Leite)


voltar última atualização: 21/03/2011
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