A Garganta da Serpente

Eustaquio Leite

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Basta de ti

Nocivo amor ainda aferrado em mim,
Não deitarei mais lágrimas assim,
Infensa paixão a me coisificar,
Mais não sofrer por Deus posso jurar.

Por todo o tempo ouvi a tua voz,
Dizer-me coisas, se revelar atroz...
Cuidado e paz que outrora prometera,
Jamais cumprir (bem sei) não te ocorrera.

Do céu ao inferno foi só um instante,
Tanto fiz e nada foi importante.
Incapaz (eu sei) de alterar-lhe o trato,
Só a pouco percebi o quanto fui novato!

Semelhantes: os ciclos da vida e do amor,
Avançam e perecem iguais em conduta e dor.
Por mais que instemos não há como mudar,
Não raro, um e outro nos fazem prantear.

Oh! Infausto amor não me judie mais.
O que era nosso (nem foi) ficou para trás.
Se lhe indagarem diga que eu morri,
Que nunca existi... Meu mal: basta de ti!


(Eustaquio Leite)


voltar última atualização: 21/03/2011
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