Basta de ti
Nocivo amor ainda aferrado em mim,
Não deitarei mais lágrimas assim,
Infensa paixão a me coisificar,
Mais não sofrer por Deus posso jurar.
Por todo o tempo ouvi a tua voz,
Dizer-me coisas, se revelar atroz...
Cuidado e paz que outrora prometera,
Jamais cumprir (bem sei) não te ocorrera.
Do céu ao inferno foi só um instante,
Tanto fiz e nada foi importante.
Incapaz (eu sei) de alterar-lhe o trato,
Só a pouco percebi o quanto fui novato!
Semelhantes: os ciclos da vida e do amor,
Avançam e perecem iguais em conduta e dor.
Por mais que instemos não há como mudar,
Não raro, um e outro nos fazem prantear.
Oh! Infausto amor não me judie mais.
O que era nosso (nem foi) ficou para trás.
Se lhe indagarem diga que eu morri,
Que nunca existi... Meu mal: basta de ti!
(Eustaquio Leite)
|