A Garganta da Serpente

Erode Lino Leite

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TROPEADA

Horizonte, nuvem de pó sobre a mata,
Ecoando um som oco que estronda
Se vislumbra movimento em onda
Deslizando pelo curso da estrada.

Serpenteando fúria bruta em luta
Contida a gritos, rompe a boiada
Conduzida pelo berrante de forma resoluta
Sob estalidos errantes do relhador na esplanada.

No tropel da manada portentosa
Reina o peão tropeiro no seu corcel
Com braço enteso, na laçada potentosa
Resgata desgarrado na força do sovéu.

Sobre o cavalo enfrenta dura labuta
Tal semideus incansável, cumpre a empreitada
Só ao completar a jornada, folga desfruta,
Cavaleiro e cavalo anseiam nova tropeada.


(Erode Lino Leite)


voltar última atualização: 10/08/2007
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