Por trás do mundo, à sombra
São feitos pactos e pânicos
E nós, fantoches, ardemos na indigna brincadeira
Meros títeres dançando
Desconhecendo as mãos e os fios
Que nos manipulam.
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"Existe entre a lacuna e o silêncio, meu corpo atado pelo vazio"
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"Da luz brotou escama
verdugo
salgado
do
dilúvio
bodum.
Da cruz urdiu a esquina
doce
desvio
e
eflúvio
quorum.
Da dor surtiu a rama
hirto
sabor
quadro
absurdo
interregnum
De alma em alma
herdou
o
acre sabor
do
som e da dor
sem
crises,
Só AMOR
no
fluído
de
UM".
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Penso em ângulos
Extraio pontos, bissetrizes,
Círculos cônicos
Pirâmides mudas
Paralelepípedos famintos
Arrastados pela poeira
Que brota do óleo animal
De minha vazia/vegetal megalópole
..................
Tempo escuro, recluso, excluso, contrátil
Perco contato. Entalo feito retalho volátil.
Limbo confuso, obtuso, escuso, refrátil
Perco contato. Estalo feito galho portátil.
Se sou o hoje acontecido
Deixarei de permanecer no ontem esquecido
Serei a angustia morando no futuro longínquo
Próximo do sido...
Vento secante, mercante, cortante, contrário
Perco contato. Engulo angulosonoros, erários.
Sinto dor durante, torturante, gotejante, operária
Perco contato. Mergulho aguasinuosas e caucáreas
Seria o ontem previstPermanecendo um nada prometido
Entre o málgama e o lenitivo
Absurdo.
(Maria Regina de Souza)
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