ARQUIVOS ARQUEOLÓGICOS -
GEOMÉTRICAS
No vendaval do delírio
Serro a carne em ossos de músculos.
Rasgo a alma em retalhos de sangue.
Extraio meu coração das idéias
E estremeço.
Conto palavras,
Crio poesias de números.
Geometrias de riscos e pontos
Em sólidos gasosos.
Enlouqueci.
Esqueci do semblante azul
Da face de morna estrela
Arremessei um canto grave,
Diacrônico no espaço.
E o som não houve.
Enrubesci.
Cresci meu ombro ardendo de melancolia
E penumbras ansiolíticas.
Dobrei-me sobre meus estáticos passos,
E fiz de minha sombra
Um prisma vital na esfera in-visível.
Rompo
o tempo, fica o termo
lanho
calmo.
Faço
o garfo lento e lato
giro
o oco feito espaço.
Livro
a mão de centopéias.
Arrasto
o corpo pelas esferas
Em
olhos de óleo e nanquim.
(....)
Meu
corpo é angustia
É
fundo, escuro.
Pedaço
vasto de pranto.
Negro
espasmo,
Murmúrio.
(Enlaçador de Mundos)
|