A Garganta da Serpente

Emiliano Perneta

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

Canção

Pára um negro cavaleiro
Ao pé de antigo solar:
O seu cavalo é de crina
Cor da lua, cor do luar.

Vem de longe o cavaleiro,
Vem das guerras de Além-mar...
Com a ponta da sua adaga
Bate à porta do solar.

- Quem bate na minha porta,
A esta hora de dormir? -
"É teu esposo, Guiomar,
A porta lhe vem abrir."

- O meu esposo morreu
Lá nas guerras d'El-rei,
Tenho o punhal que o feriu,
Gravado em ouro de lei. -

Com a ponta da sua adaga
Torna de novo a ferir:
- Quem bate na minha porta,
A esta hora de dormir?

- Se fores meu D. Rodrigo,
A porta te irei abrir,
Mas se não fores Rodrigo,
Dize: que queres de mim?

"Eu sou D. Rodrigo, a porta,
A porta me vem abrir"
- Perdão, senhor! piedade!
Tem piedade de mim!
..............................
Parte um negro cavaleiro
Para as guerras de Além-mar,
O seu cavalo é de crina
Cor de sangue, - cor de luar.

(1897)


(Emiliano Perneta)


voltar última atualização: 23/12/2005
8489 visitas desde 01/07/2005

Poemas deste autor:

Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente