A Garganta da Serpente

Emil de Castro

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

ÍNSULA

Declino esta forma
de se saber azul:
um retrato de existir
borrão de infância.

Declino artes e sons
de flauta afinada ao vento
de bocas e gargantas e dentes
sintáticas ou sintéticas
composições de barcarolas.

Declino verbais construções
de cavalos espumantes
vôos de pássaros
ébrios.

Declino recomeçar de mares
desvendados
fabular de nações de corais
barcos naufragados
tesouros irrevelados de piratas.

Declino sua ilha
esta solidão que vejo ao longe.


(Emil de Castro)


voltar última atualização: 19/01/2011
10189 visitas desde 07/07/2010

Poemas deste autor:

Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente