O AVESSO DAS HORAS
Teço o que sou
no vazio dos dias.
Sigo no avesso relógio ao c
o
n
t
r
á
r
i
o.
O tempo tem seu tempo contado,
faz do sonho o inimaginável.
Há quem responde a completude do ser?
Senão às horas, aos dias, ao tempo
e à angústia de viver?
O ser ressurge
do sêmen que à vida jorrou.
E o criador fez a criatura
viver infeliz abismos noturnos.
Sequer importa a vida lá fora,
acorda a morte prematura.
(Elizabeth Caldeira Brito)
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