SONETOS PORTUGUESES XLIII
Como te amo? deixa que te conte:
Amo-te quando em largo, alto e profundo
Minh'Alma alcança, se fugindo ao mundo
Busca a origem do Ser, da Graça a fonte.
De dia, ou quando o sol cai no horizonte,
Amo do mesmo amor cada segundo:
O puro amor modesto em que me inundo,
O amor liberto de quem ergue a fronte.
Eu te amo com a paixão que conhecera
Nas velhas dores, e com fé tão forte
Como a da infância; o amor que se perdera
Com minhas crenças; te amo no transporte
Do pranto e riso, e apenas Deus quisera
Mais te amarei ainda após a morte.
(tradução: Sérgio Duarte)
(Elizabeth Barrett Browning)
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