Soneto da Mulher em Fevereiro
Era uma tocha acesa em cor de rosa
Que no rosado da pele alva exalava
Um perfume de excitação e de paixão airosa
Que meu olfato queimava como a lava
Dos tímidos vulcões insatisfeitos.
E que não contente em me endoidecer
Mirava os meus olhos com seus peitos,
Como um convite para neles me esconder.
Mas era tão linda a rubra boca portentosa
Que minha alma e carne não podiam escolher:
Se, se atiravam em teus lábios pra colher
Esse botão carnoso de avermelhada rosa,
Ou caiam em teus seios a fim de morrer
De amor, na luta com duas serras generosas.
(Bar do Pingo, 17 de Fevereiro de 2006)
(Elisandro Do Canto)
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