A Garganta da Serpente

Elisabete Antunes

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

Quero cair, cair
Num mar de silêncios
De areias fugidias
E ventos distantes.
Cair vertiginosamente
Em direcção ao abismo
Ao buraco negro aberto
No centro da testa
E deixar-me percorrer
Todos os caminhos obscuros
Todas as terras, árvores
casas e olhos do mundo.
Ficar só na multidão
Renovada, fresca e viva
Para amar desmedidamente
Todo o sangue que desliza e pulsa
Nas nossas veias e nos nossos gritos.
Deitar fora todos os relógios
Esquecer o tempo e viver o espaço.
Mergulhar nos imensos corais
E percorrer todos os desertos
Saborear o vento
E ouvir os pássaros.


(Elisabete Antunes)


voltar última atualização: 07/04/2008
12154 visitas desde 23/05/2006
Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente