O Cheiro do ralo
Com a cegueira
aprendi a amaciar minhas mãos
curar os calos
lavar os sonhos.
Paro por instantes
e tento ouvir os gritos.
São dores endurecidas
amaciadas pela cegueira.
Aprendi a cantar nossos hinos
de louvor à terra
de louvor ao Messias que peca
O belo sorri e chora.
Eu apenas contemplo
sem criar calos nas mãos.
O silêncio soprou
E eu não posso dizer mais nada.
(Eliane Rubim)
|