A Garganta da Serpente

Eliane Rubim

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

O Cheiro do ralo

Com a cegueira
aprendi a amaciar minhas mãos
curar os calos
lavar os sonhos.

Paro por instantes
e tento ouvir os gritos.
São dores endurecidas
amaciadas pela cegueira.
Aprendi a cantar nossos hinos
de louvor à terra
de louvor ao Messias que peca

O belo sorri e chora.
Eu apenas contemplo
sem criar calos nas mãos.

O silêncio soprou
E eu não posso dizer mais nada.


(Eliane Rubim)


voltar última atualização: 29/06/2005
6939 visitas desde 01/07/2005
Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente