Eu, seminu
Eu quero o vento forte
Na cara em dia quente
E uma preguiça de morte
Quase entediante.
Eu quero o lábio gelado
No sorvete de mangaba
E um beijo com gosto; colado
Talvez solitário como a carnaúba.
Mas que seja de modo tão intenso
Que mesmo depois pelas ruas, avenidas
E praias, venha a ser apenas no que penso.
Eu quero um dia de irresponsabilidade
Sem terno nem gravata. Seminu,
Sem regras e até mesmo sem rimas.
(Élcio Rodrigues)
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