A Garganta da Serpente

Élcio Rodrigues

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O bêbado, a moça e as caveiras

Noite quente e uma lua
Que a tudo está a espiar.
Desde o bêbado a rodopiar
A moça na janela (seminua).

No cemitério próximo, as caveiras,
Até ontem tão branquelas
E hoje tão banguelas
Estão sorrindo faceiras.

Ao lado há lapides novas
Com vizinhos também novos que dormem
E nem percebem que seus vermes lhes carcomem

Suas carnes, suas entranhas. Suas larvas,
E sob a mesma lua a janela se fechou
Quando o bêbado, a moça cortejou.


(Élcio Rodrigues)


voltar última atualização: 30/10/2006
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