A primeira vez
Segurando-lhe a mão, ela
Senhora de si e daquele jogo
Buscou serenar-lhe a carne em fogo
Fitando-o longamente, qual sentinela.
Sentiu-lhe ter a palma suada, molhada
Quando o levou a tocar os seus seios.
Ele naquele dilema, domou seus anseios
E seu rosto era tão pálido quanto uma mortalha
Que envolvia sua alma, há muito inebriada
E lógico, não menos assustada,
Contudo, aos poucos domou aquela fúria
Tão forte e cruel, que se fazia sim, avassaladora.
Estava aterrorizado como se abrisse à caixa de pandora.
Era minha primeira vez. Muito prazer, senhora luxúria!
(Ônibus, a caminho de casa - SP - 18/04/06)
(Élcio Rodrigues)
|