A Garganta da Serpente

Élcio Rodrigues

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A primeira vez

Segurando-lhe a mão, ela
Senhora de si e daquele jogo
Buscou serenar-lhe a carne em fogo
Fitando-o longamente, qual sentinela.

Sentiu-lhe ter a palma suada, molhada
Quando o levou a tocar os seus seios.
Ele naquele dilema, domou seus anseios
E seu rosto era tão pálido quanto uma mortalha

Que envolvia sua alma, há muito inebriada
E lógico, não menos assustada,
Contudo, aos poucos domou aquela fúria

Tão forte e cruel, que se fazia sim, avassaladora.
Estava aterrorizado como se abrisse à caixa de pandora.
Era minha primeira vez. Muito prazer, senhora luxúria!

(Ônibus, a caminho de casa - SP - 18/04/06)


(Élcio Rodrigues)


voltar última atualização: 30/10/2006
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