A Garganta da Serpente

Élcio Rodrigues

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Últimos desejos

Dos ventos, quero todo o seu furor;
Dos raios, o látego a rasgar a celeste
Abobada num estalido ensurdecedor
E o uivo que à alma petrifica vindo do leste

E percorre minha espinha num açoite
Aguçando meus sentidos.
Pelos em riste, sorvem dessa noite
Os malfadados prazeres (pouco contidos).

Quero sentir na carne, a magnitude
Da avalanche que desnuda, lasciva,
À montanha em carne viva.

Da mãe, quero a boca que amaldiçoa;
Dos beijos, o mais cínico, o mais falso.
Extremos vivi, do berço ao cadafalso.


(Élcio Rodrigues)


voltar última atualização: 30/10/2006
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