A Garganta da Serpente
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O 16º APÓSTATA

Renegar a mim mesmo de mi...
Sobre esta renúncia à fé que nunca tive
Perante ao mais sagrado que todos velam.
Abjurar foi sempre o que fiz a isto
Por não entender como se toma o divino em forma
Com a qual é a do homem pecador
Daquele que sofre agarrado em seus dilemas...
Penúria pela fome existencial do ser
E sabe que a vida é morte certa dia após dia.
Abandono todas as idéias concebidas do deus
Desse titânico ser que tudo pode e nada impede que eu sofra
Pelo simples grão de areia ao fenomenal paquiderme existente
Pois que não se vive; padece e morre!
Renuncio solenemente ao imortal ser divino
E que dele não dependo para viver e ir ao exício.
Tudo na terra não dura é dionisíaco e fenece
Como o etéreo pode ser eterno e universal?
Abjuro-me dessa falácia hedionda
Dessa imposição metafísica hipócrita
Da eternidade que não eterniza nada
Desse menos valor que me dão
Sem reconhecer que o Eu é superior ao criador do firmamento...
Não abandono o sacrílego nesse sacrifício de crer a existir mais alguém
Que se possa adorar fervidamente, senão ao próximo.


(Elbez)


voltar última atualização: 21/06/2010
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