A Garganta da Serpente

Eduardo Trevisan

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Poeta

Queria um dia ser poeta,
Brincar com sentimentos,
Sem estes um dia me machucar.
Dizer as palavras, demonstrada num olhar.
Ter a visão do mundo,
E não entender, compartilhar ...
Ter o simples dom de amar,
Mas nunca vir a me apaixonar ...

A poesia grita aos meus ouvidos.
Grita as vozes dos mudos, ...
Chora o sangue dos infiéis, ...
Derrama a dor da traição, ...

Poeta é ser e não existir, ...
É tocar e não sentir, ...
É dizer e não ouvir, ...
Tudo que ainda não vivi.

Mas um dia poeta eis de ser,
Tenho que morrer para nascer,
Pois poeta não aprende com a vida.
Poeta, nasce com a morte.
Morri, ... Então poeta nasci.

(05.12.00)


(Eduardo Trevisan)


voltar última atualização: 30/12/2000
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