A Garganta da Serpente

Eduardo Trevisan

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Insônia

Acordo com o despertar do relógio,
Que controla o tempo dentro dos corpos.
Mas uma noite invade a noite,
E aqui estou, sozinho,
Apenas a escuridão do quarto, o reflexo da lua.
Mil pensamentos passam por mim.
Alguns arrependimentos, outros, ilusão,
Os olhos não fecham e o sono não vem,
Continuo a pensar.
A noite vela o sono da cidade,
Apenas o meu, não é velado.
As sombras tentam falar-me,
Mas insisto em não ouvir.
Agora sou Eu, e Eu.
Sinto ter a solução de tudo,
Mas o tudo não é suficiente.
Deixaria de sofrer, viver, brigar, ...
Mas o palco não existe,
Se nele o artista não brilhar.
Entendo os meus medos,
Acho a coragem, a garra, a vitória, ...
Deixo o tempo passar,
A noite se vai.
Sem perceber o discurso do meu Eu,
Adormeço.

(01.12.00)


(Eduardo Trevisan)


voltar última atualização: 30/12/2000
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