A Garganta da Serpente

Eduardo Gutierres Ruiz

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Vinho carmim

Eu só quero amar e nada mais,
mas não sei se ainda sou capaz.
A flor que exala fragrâncias fatais
me inebriava tempos atrás.

Se cantarolava muitos ares,
só me suspendia sobre mares.
Com peito flamejante aberto,
enterro-me em ocre deserto.

Se caí e não morri nesta ala,
sepulcro meu não está completo.
Contudo, não sei estar tão certo:

De tanto irrigar minha fala
com vinho doce sem alguém perto,
ceifo nada quase que quieto.


(Eduardo Gutierres Ruiz)


voltar última atualização: 30/12/2007
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