A Garganta da Serpente

Eduardo Gutierres Ruiz

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O falso sofrer

Um dia esperarei passar o amor
e o pedirei o mais profundo ardor,
para ver se a vida tem algum sabor
que não seja este meu lascivo langor

Vejo que meu presente enfeite
nem é pelo menos suficiente
para trazer um mínimo de deleite
ao meu tempo indiferente

Não te tomo os resquícios , tombado coração.
És um nada de malícias trancado em um alçapão.
Culpa tem o amigo morador do peito
acamado em jazigo, meu próprio feito?

Adorno sutil de ti se fez
cantarolando com a rosa.
Hoje, esvaecida de vez
culpo-te a situação dolorosa

Afrodite! Agora sabes ser minha amada.
Espero-te nesta rua escassa,
criada da mais dura traição armada
ao coração que de mim afasta.


(Eduardo Gutierres Ruiz)


voltar última atualização: 30/12/2007
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